terça-feira, 7 de outubro de 2014

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Futuro

Ela acordou com a respiração pesada e gotas de suor na testa, lembranças de um sonho ruim. Não sabia ao certo que eros eram, mas ja devia ser tarde, pôde notar pela luz alaranjada de por do sol que entrava pela janela.
Se sentiu atormentada pelas lembranças do pesadelo, seus monstros pessoais, todos na forma de pessoas - precisava de um cigarro - Pegou seu maço de malboro de seu criado mudo.
Um, dois, tres...após o sexto cigarro sentiu que ja estava relaxada o suficiente pra levantar da cama, mas não para fazer algo realmente produtivo. Decidiu então se alongar, dançar.. Ah... como ela amava dançar, sentir seus musculos repuxarem, sentir a melhor dor que poderia sonhar. 
Terminara muito tarde, sabia que deveria descansar, relaxar pensar e até mesmo tomar seus ansiolíticos, mas achou que seu whisky durante um relaxante banho na banheira já seriam o suficiente- não foram, nada foi, porque seus sonhos não eram apenas sonhos, eram lembranças. Nem sua dança, cigarros ou whisky tirariam isso de dentro dela. Considerou pegar sua caixa de remédios, fazer de novo o que tentou quando mais nova, enquanto ainda vivia com seus pais.
Não...ainda não era hora, ainda havia muito a se ver, muitos pesadelos reais para ter. -quem sabe eu não acho alguém- pensou - quem sabe não reaprendo a conviver com as pessoas, amar novamente. Quem sabe meus problemas terão um fim..
Mas ela já sabia a resposta. Tudo havia se perdido a muito tempo atrás, ela sabia que tudo estava em rande parte dentro dela mesma, tudo que ela temia, tudo que a assombrava, mas era covarde demais para enfrentar, para ganhar. Então se acomodou e assim os anos se passaram, até esse ponto, onde tudo que restava era seu vicio no álcool e na nicotina. 
Mas sempre haveria aquela pequena esperança, aquela centelha de pensamento de que talvez um dia tudo não se resumisse a um trabalho de merda e fodas ocasionais.
Ela esperava que fosse logo, porque a caixa de remédios sempre estaria lá no canto do armário, a chamando, arrastando-a para perto, tentando prende-la no escuro, como um buraco negro e sua gravidade imensurável. 

sábado, 11 de janeiro de 2014